Saúde

Nove capitais no Brasil têm tendência de alta do coronavírus, diz Fiocruz

Estação Pinheiros, em São Paulo: houve aumento da ocupação de leitos na capital paulista e região metropolitana (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz, a maioria das capitais com probabilidade de alta fica no Norte e no Nordeste. Florianópolis é exceção no Sul

Apesar da queda recente no número de casos e óbitos de covid-19 no Brasil — passados meses de um persistente cenário de platô — há um sinal de alerta às autoridades. Nove das 27 capitais brasileiras tiveram tendência de alta em casos de coronavírus, segundo boletim de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz.

Outras nove capitais têm tendência de estabilidade ou oscilação no período e nove apresentam queda. Dentre as capitais com tendência de alta em pouco mais de um mês, todas são do Norte ou do Nordeste, com exceção de Florianópolis (SC).

As projeções são da plataforma InfoGripe da Fiocruz, com base em dados reportados pelos estados ao Ministério da Saúde sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Os dados são referentes às semanas anteriores ao último boletim, com dados da semana epidemiológica 44, encerrada em 31 de outubro.

Ainda não é o caso do Brasil, mas, sobretudo nos países do hemisfério norte, uma segunda onda da covid-19 levou ao fechamento de estabelecimentos e a regras mais rígidas de isolamento novamente nos últimos meses. Uma série de países europeus voltou a fazer quarentena e, nos Estados Unidos, o país registrou ontem mais de 150.000 casos de coronavírus em um mesmo dia pela primeira vez.

“O cenário na Europa ainda é preocupante, obrigando a adoção de mais um mês com medidas mais robustas de distanciamento social — o que já impactou em indicadores econômicos como os índices de confiança, de expectativa e PMIs”, afirmou em relatório nesta sexta-feira o economista da Exame Research, Arthur Mota (cadastre-se para ler o relatório completo gratuitamente).

No Brasil, segundo as informações da Fiocruz, as nove capitais classificadas com chance de crescimento de moderada a alta têm probabilidade entre 75% e 95% de ter crescimento no número de casos na tendência de longo prazo. O período de seis semanas é classificado pelos pesquisadores como de longo prazo, e o de três semanas, de curto prazo.

O cenário mais desejável é sempre a tendência de queda na curva de casos. Por isso, os pesquisadores alertam na nota para o fato de que, mesmo nas capitais com estabilidade, esse platô é ocasionalmente atingido em um nível muito alto de casos. Além disso, a estabilidade em alguns lugares é sinal de que houve uma interrupção indesejável da tendência de queda.

A cidade de São Paulo, apontam os pesquisadores, havia apresentado sinal de leve alta no boletim anterior, mas conseguiu voltar à estabilidade no último boletim. De qualquer forma, a tendência de queda pode ter acabado por ora e é algo que os especialistas irão observar mais atentamente nas próximas semanas.

Dados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mostram que a região metropolitana da capital paulista atingiu ontem a maior média móvel de novas internações por covid-19 em um mês, com 579 internações.

Veja como está a probabilidade no longo prazo (seis semanas) nas capitais brasileiras, segundo o boletim da InfoGripe.

Têm probabilidade de alta forte em seis semanas:

  • Florianópolis (SC)
  • João Pessoa (PB)
  • Maceió (AL)

Probabilidade de alta moderada:

  • Belém (PA)
  • Fortaleza (CE)
  • Macapá (AP)
  • Natal (RN)
  • Salvador (BA)
  • São Luís (MA)

Probabilidade de estabilização/oscilação:

  • São Paulo (SP)
  • Curitiba (PR)
  • Recife (PE)
  • Aracaju (SE)
  • Manaus (AM)
  • Rio Branco (AC)
  • Boa Vista (RR)
  • Porto Velho (RO)
  • Distrito Federal

Probabilidade de queda

  • Teresina (PI)
  • Belo Horizonte (MG)
  • Vitória (ES)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Porto Alegre (RS)
  • Campo Grande (MS)
  • Palmas (TO)
  • Goiânia (GO)
  • Cuiabá (MT)*

*O InfoGripe aponta em nota que os dados de Cuiabá não são confiáveis no momento devido à grande diferença entre os dados apresentados ao Ministério da Saúde e os dados no boletim próprio do estado, gerando possível subnotificação na base usada pelo InfoGripe. 

Por Carolina Riveira

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