À frente da gestora Kairós Capital, que fundou depois de liderar o Safra Asset, Godoi diz que crise fiscal pode levar país a perder conquistas recentes
Temeroso da condução fiscal no país, o gestor com mais de duas décadas de experiência precisou tomar uma decisão dura em sua gestora, que montou há cerca de dois anos: reduzir para menos de um terço a exposição a ativos brasileiros.
“Estamos mais desconfortáveis com o Brasil por conta da falta de senso de urgência para endereçar os problemas fiscais por parte do Executivo e do Congresso. Dado que já estamos com endividamento brutal, há o risco de ser revertido todo esse processo de queda de inflação e taxa de juros a níveis que a gente nunca tinha visto”, afirmou à EXAME.
“O que quero dizer é que hoje estamos fazendo um piquenique na beira do vulcão”, disse Godoi. A Kairós tem mais de 500 milhões de reais sob gestão com o fundo multimercado Kairós Macro.
Apesar de ver o Brasil muito próximo de cair de um precipício devido ao agravamento da dívida, que caminha para fechar o ano próxima de 100% do PIB, Godoi deposita sua esperanças no histórico da cultura brasileira para que essa situação seja revertida. “Estamos muito mais próximos do momento em que o senso de urgência vai bater tanto no Congresso quanto no Executivo, mas é possível que a gente tenha que ver um pouco mais de dor nos preços dos ativos antes que as decisões corretas sejam tomadas, infelizmente.”
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