Saúde

Ômicron e delta estão causando ‘tsunami’ de casos no mundo, alerta OMS

WASHINGTON, DC - DECEMBER 23: A patient takes a COVID test outside District Urgent Care on December 23, 2021 in Washington, DC. The City of District of Columbia is distributing free test kits to local residents prior to the holidays as COVID case numbers have surged to a new high. Alex Wong/Getty Images/AFP (Photo by ALEX WONG / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

A ocorrência simultânea de infecções pelas variantes delta e ômicron está causando um perigoso “tsunami” de casos de covid-19, disse diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As palavras de Tedros Adhanom Ghebreyesus vêm em um momento que alguns lugares do mundo estão registrando recordes e avanços impressionantes em dados relativos à covid.

Pelo segundo dia consecutivo, a França relatou o maior número diário de casos já registrados na Europa: 208.000.

Na semana passada, os Estados Unidos tiveram uma média recorde de 265.427 casos por dia, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

Dinamarca, Portugal, Reino Unido e Austrália também registraram recordes recentes.

Entretanto, algumas autoridades alertaram que os dados mais recentes podem estar aumentados em parte por conta de atrasos e subnotificações no Natal.

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Mas em outros lugares do mundo a onda continua a preocupar. A Polônia teve 794 mortes relacionadas à covid-19 na quarta-feira (29/12), o maior número em sua quarta onda da pandemia. Mais de três quartos das vítimas não haviam sido vacinadas.

Estudos sugerem que a ômicron é tende a causar uma infecção mais leve do que a variante delta, mas é mais contagiosa. Rapidamente, a ômicron se tornou dominante em vários países.

Tedros alertou que a “ameaça dupla” representada pelas duas variantes está “levando a um tsunami de casos”. No momento, cerca de 900 mil novos casos estão sendo registrados em todo o mundo diariamente, segundo números contabilizados pela agência de notícias Reuters.

“É isso que continuará a colocar uma pressão imensa sobre os profissionais de saúde exaustos e os sistemas de saúde à beira do colapso”, acrescentou Tedros.

O aumento de casos na Europa e nos Estados Unidos levou a uma maior demanda por doses de reforço das vacinas. No Reino Unido, 57% das pessoas com mais de 12 anos receberam as três doses.

No entanto, o diretor da OMS afirmou a repórteres que as campanhas de reforço em grande escala dos países mais ricos “provavelmente prolongarão a pandemia”, pois desviaram os suprimentos de países mais pobres e menos vacinados, “dando ao vírus mais oportunidade de se espalhar e sofrer mutações”.

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CRÉDITO,GETTY IMAGES. Diretor da OMS alertou que a ‘ameaça dupla’ das variantes ômicron e delta está levando a um aumento preocupante de casos no mundo
 

Ele pediu “a todos que façam uma resolução de Ano Novo para apoiar a meta de vacinação de 70%” do planeta até meados de 2022. Quase 100 países ainda não atingiram a meta inicial de imunizar 40% de suas populações, afirma a OMS.

De acordo com um relatório publicado pela organização na terça-feira (28), o número de novas infecções por covid, incluindo todas as variantes, cresceu na semana anterior a 26 de dezembro em 57% na Europa e 30% nas Américas.

Esses números ainda parecem estar subindo, com ainda mais recordes na quarta-feira (29):

  • A França registrou 208.000 casos, 53 pessoas em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 184 mortes;
  • O Reino Unido relatou 183.037 novos casos e 57 mortes;
  • A contagem de novos casos diários da Itália aumentou de 78.313 na terça-feira para 98.020 novos casos na quarta-feira;
  • A Dinamarca registrou um recorde de 23.228 novos casos. Destes, cerca de 1.205 já tinham tido covid anteriormente;
  • Portugal notificou 26.867 casos, contra 17.172 na véspera;
  • A Austrália registrou 18.241 —muito mais do que o recorde de 11.300 de terça-feira;
  • A Grécia também teve um novo recorde no número de casos em 24 horas: 28.828

 

Por BBC

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