O conservadorismo empalmou as eleições em 6 de outubro. E foi a força capaz de reeleger um grande número de políticos, especialmente de direita, concedendo mandato a uma legião de vereadores, vices e prefeitos de viés conservador.
“Um retrato das urnas mostraria que o Brasil é rigorosamente o Centrão ampliado”, afirma Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), consultor político que durante décadas foi um dos dirigentes do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.
As eleições ocorreram num ambiente de crescimento econômico, com mais empregos, decorrente da política econômica do presidente Lula. Mas o PT e outros partidos, de esquerda ou centro-esquerda, não foram tão bem votados. Por quê?
Toninho explica: “O efeito das políticas sociais do governo, assim como as emendas parlamentares, é sentido no Município. E aí quem está no poder local tem mais chances de colher resultados eleitorais desses benefícios”.
Outras fontes que deram força eleitoral a prefeitos ou a outros postulantes são os fundos eleitoral e partidário. Somados, ambos representam um volume de dinheiro capaz de encorpar as candidaturas.
A consolidação da direita e do Centrão sintetiza o resultado eleitoral do dia 6. Segundo Toninho, não se governa o Brasil hoje sem diálogo com esse segmento. Ele lembra que, pra pavimentar sua chegada ao poder, Lula precisou da PEC da Transição, “que só saiu por concordância do Centrão”.
Antônio Augusto de Queiroz considera que a polarização esquerda versus direita não foi explícita nestas eleições. E ainda bem. Ele comenta: “A direita exagera na polarização; que é uma armadilha. Se a gente cair no debate raivoso é derrota na certa”.
Sindicalismo – O consultor considera que a participação do movimento sindical no processo eleitoral não teve peso. Mas alguns movimentos, como o LGTB e de mulheres, em vários lugares, até conseguiram bons resultados.
MAIS – Queiroz assessoria.
Por Agência Sindical
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