Sindical

Para microempresário e economista, crédito farto faria Brasil florescer

Para Ricardo Gammal (esquerda), falta de crédito é o maior problema das pequenas empresas. Foto: Agência Sindical

A economia deslancharia caso o crédito não ficasse com meia-dúzia de bancos. Esses recursos ajudariam a tirar as micro e pequenas empresas do atoleiro recessivo e fortaleceriam o mercado, com geração de empregos.

 

O governo, como nos países ricos, deveria imprimir dinheiro e irrigar a economia, durante a pandemia. O BC também poderia emprestar diretamente, sem que as operações passassem pelo cartel bancário.

 

A fala é de Ricardo Gammal, microempresário do comércio – parte família atua na indústria têxtil. Economista pela PUC-SP, ele participou da live da Agência Sindical nesta terça, 28. “Falta de crédito é o maior problema das pequenas. O segundo são os impostos”, ele resume.

 

PRINCIPAIS TRECHOS: 

 

Situação – Microempresário é um sobrevivente. Tem uma relação próxima com funcionários, não aquela do patronato da grande empresa. No geral, uma microempresa é enxuta. Não só no Brasil, mas no mundo todo, é difícil o empreendedorismo.

 

Crédito – No Brasil, a situação do microempresário é agravada pela dificuldade de acesso ao crédito. Muitas empresas fecharam durante a pandemia. Quem ainda está no mercado precisa agir rápido se quiser sobreviver.

 

Origem – Minha família é do setor de tecidos e estamos passando por momento complicado. Diversos eventos foram adiados ou cancelados, o que prejudica nossas vendas.

 

Fluxo – O comércio utiliza o crédito na rede bancária, mais por fluxo de caixa do momento. É questão muito mais emergencial do que planejamento estratégico. Em outros países, os juros são mais baixos e trazem a possibilidade de competir no mercado. Aqui, os bancos monopolizam o crédito, o que gera escassez nos recursos.

 

Governo – Nenhum governo brasileiro conseguiu alcançar a linha internacional de crédito. É um problema estrutural. Na verdade, os bancos emprestam ao governo, a dívida pública se alimenta nela mesma; as cadeias produtiva e comercial sustentam a ciranda financeira.

 

Contradições – Naquela reunião de 22 de abril, o ministro Tarciso (Infraestrutura) disse que é preciso aumentar a liquidez do mercado. Já o Guedes (Economia) não quer. Se isso acontecer, a dívida do governo com os bancos pode sofrer desvalorização. Há contradições dentro do governo e precisamos ficar atentos a isso.

 

Cooperativas – A cooperativa é uma saída interessante, não a única. Um caminho mais rápido pra ampliar o crédito é liberar pequenos bancos. Todos os tipos de propriedades são importantes agora.

 

Exemplo – Nos Estados Unidos há uma rede bancária fabulosa. Existem grandes bancos, mas eles não atuam nacionalmente; atuam regionalmente. Essa questão é fundamental, pois é uma democratização. Os oligopólios é que fazem com que a Nação não progrida.

 

Ministro –  Se eu fosse titular da Economia, ao invés de me basear nessa rede bancária limitada, faria o próprio Banco Central emprestar ao micro e pequeno empresário. Imprimiria dinheiro, pois é fundamental nesse momento de pandemia, pra atender todos os setores. Atuaria pra quebrar a ciranda financeira de alguma forma.

 

LIVE – Clique aqui e assista à entrevista na íntegra.

 

Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

Adicionar comentário

Clique aqui para comentar

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade