A empresa gestora Delta Tankers Ltd, do petroleiro grego Bouboulina, “principal suspeito”, segundo autoridades brasileiras, pelo vazamento de petróleo no litoral nordeste do país, negou neste sábado estar envolvida na poluição.
O navio, que fazia o trajeto da Venezuela à Malásia, “chegou a seu destino sem problemas e descarregou toda a carga sem perdas”, afirma um comunicado da empresa.
“Não há evidências de que o navio parou, realizou qualquer tipo de operação STS (de navio para navio), sofreu algum vazamento, ou desviou-se de sua rota, em seu caminho da Venezuela para Melaka, na Malásia”, afirma a empresa.
A companhia de navegação, com sede em Atenas, disse ter realizado “uma investigação completa do material das câmeras e sensores que todos os nossos navios carregam como parte de nossa política de segurança e respeito ao meio ambiente”.
A Delta Tankers explicou que o “Bouboulina” saiu da Venezuela em 19 de julho e “foi diretamente, sem parar em nenhum outro lugar, para Melaka, na Malásia, onde descarregou sua carga total sem perdas”.
A empresa administradora disse que estava “pronta para entregar os documentos de seu estudo às autoridades brasileiras, que “ainda não entraram em contato”.
Líder mundial em capacidade de transporte, os armadores gregos detêm 23% da frota de navios-tanque do mundo.
– 5 navios suspeitos –
As autoridades gregas, por sua vez, afirmaram neste sábado que, no total, cinco navios, incluindo um grego, eram suspeitos da mancha de óleo que polui mais de 2.000 km de litoral no Nordeste do Brasil.
“Investigações realizadas no Brasil mostraram que cinco navios de diferentes países são suspeitos, incluindo um grego”, disse à AFP um chefe da assessoria de imprensa da polícia portuária grega, subordinada ao Ministério da Marinha Mercante.
A fonte, que solicitou anonimato, não divulgou os nomes dos navios ou a quais empresas pertencem, apenas enfatizou que “as autoridades gregas realizarão verificações escrupulosas se esses navios atracarem em um porto do país”, sem fornecer mais informações sobre o assunto.
A polícia portuária grega, por sua vez, indicou que os cinco navios suspeitos “deixaram o Brasil”, mas não especificaram seu destino.
Na sexta-feira, autoridades brasileiras anunciaram que o “Bouboulina”, um navio-tanque de bandeira grega, era o “principal suspeito” da mancha negra.
A primeira mancha foi identificada em 29 de julho, a cerca de 700 km do litoral da Paraíba, enquanto os primeiros rastros de petróleo chegaram em terra no dia 30 de agosto. Desde então, sua origem é um mistério.
Neste sábado, foram localizados pequenos fragmentos de óleo nas águas do Parque Marinho Nacional de Abrolhos, um santuário de baleias jubarte e de biodiversidade localizado a cerca de 60 km da costa nordeste do país.
O Ministério da Defesa, a Marinha e a Polícia Federal brasileiros explicaram, em declaração conjunta, que identificaram graças a dados de satélite o navio de bandeira grega que estava transportando petróleo bruto de um terminal de petróleo na Venezuela e se dirigia para a África do Sul.
Autoridades brasileiras ainda tentam determinar se o derramamento foi “acidental ou intencional”, e pediram “a cooperação internacional através da Interpol”, segundo a Polícia Federal.
O site G1 acompanhou a jornada do navio grego “Bouboulina”, atualmente na África do Sul: depois de permanecer nos Estados Unidos por quatro dias devido a problemas técnicos, ele reabasteceu na Venezuela, antes de continuar para a Malásia e, depois, para a África do Sul.
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