Professores e demais trabalhadores da rede particular de ensino no Estado de SP vivem a angústia do retorno ao trabalho. A pressão patronal é forte, inclusive junto à Justiça do Trabalho.
Mas a posição do Sinpro-SP, assim como da Federação (Fepesp), é contra reabrir escolas. Motivo? Risco de contaminação de alunos, professores e, também, familiares. São cerca de 55 mil professores. As aulas on-line prosseguem. O ensino não parou. A live da Agência Sindical, terça, 25, recebeu Luiz A. Barbagli. Ele é professor de Física e preside o Sinpro-SP.
TRECHOS PRINCIPAIS:
Condições – Dialogamos com o Ministério Público do Trabalho e o sindicato patronal. Qualquer possibilidade de retorno às aulas vai requerer um Protocolo rígido de segurança e higiene. Temos discutido, mas estamos convictos contra a volta das aulas presenciais. O contato com um grupo grande que pode gerar mais transmissão da doença.
MP – Acionamos o Ministério Público para que mediasse tratativas sobre Protocolos. Não nos compete tomar decisões na saúde. Estamos respeitando decisões da área médica, mas temos o compromisso de fazer o Protocolo, caso seja necessária a volta presencial.
Base – Nosso universo é de 55 mil professores em sala de aula, com os outros profissionais das instituições e ainda os alunos chega-se perto de 100 mil. Outra área que também corre risco é o transporte. São terceirizados e podem se contaminar.
Atividades – Nesse estado que estamos vivendo, dentro de casa, sem atividade externa, o jovem não quer necessariamente ir pra escola, quer é sair. Não tem comando que controle isso, principalmente quanto às crianças. Tem brincadeiras, abraço, beijo, briga… Isso gera contato físico e não o distanciamento social necessário.
Patronal – O sindicato entrou com pedido de liminar para reabertura progressiva, a partir de 8 de setembro. Basearam-se no governo estadual, embora o STF tenha definido que a palavra final é do prefeito.
Demissões – A Uninove demitiu metade do corpo docente. Unicsul e Unicid também demitiram bastante. A Uninove está fazendo um novo projeto pedagógico. O governo autorizou a educação a distância no presencial passar a carga horária de 20% a 30% – três dias presenciais e dois à distância no curso presencial. Esses postos de trabalho dificilmente retornarão. A Universidade São Francisco juntou toda a educação a distância pra um professor só.
Home-office – O professor não parou de trabalhar. A ideia de voltar à sala pode representar dupla atividade. O professor pode ter que repetir aquela aula por duas vezes. O nome que está sendo usado é ensino híbrido. Você está no presencial, dando aula de 30 alunos pra 10. Os outros 20 vão assistir naquele momento sua aula ou vai ter que gravar pra assistirem depois?
Entidades e testes – Quando se testaram crianças, foi constatado grande número de assintomáticos. Seria interessante elaborar um Protocolo com a maior quantidade de variáveis. Estamos preocupados com a saúde, o trabalho e com a questão pedagógica.
PLR – Decidimos com o patronal que poderia ser paga até maio. Até o meio do ano tivemos várias reclamações; não é generalizado. De três mil escolas, apenas 100 não pagaram reajuste e a PLR de 2019. A PLR de 2020 ainda não foi negociada, mas muitas escolas estão procurando o Sindicato pra acertar e o professor poder receber até o final do ano.
Assembleias on-line – Boa participação dos professores. Em assembleias de redução de jornada/salário, atuamos em cinco mil casos – em todas as situações houve grande participação.
LIVE – Clique aqui e assista na íntegra.
Por Agência Sindical
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