O tempo passa e o desemprego não recua no Brasil. Quem não encontra recolocação no mercado de trabalho se vira como pode.
As cinco parcelas do seguro-desemprego terminam antes da pessoa encontrar uma nova vaga. Por isso, a cada dia mais desempregados recorrem ao Bolsa-Família, assistência de R$ 188,00 ao mês, sem duração limitada.
O tema foi manchete do jornal O Globo, dia 21. A Agência Sindical vem repercutindo essa questão. Para tanto, ouvimos o economista Rodolfo Viana, do Dieese.
Rodolfo explica: “Bolsa-Família e seguro-desemprego têm finalidades diferentes. As cinco parcelas do seguro visam garantir a transição entre o emprego perdido e uma nova vaga. Ocorre que as pessoas procuram emprego, não acham e acabam consumindo as cinco parcelas a que têm direito”.
Para o economista, o recurso ao Bolsa-Família é um péssimo sinal sobre a situação do País e a recessão prolongada. “Demonstra que a pessoa perde o emprego, gasta as parcelas do seguro, se empobrece ainda mais, a ponto de precisar entrar no programa, que é para famílias em extrema pobreza”, analisa Rodolfo Viana.
Segundo ele, que responde pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (SP), o empobrecimento demonstrado pelo recurso do desempregado ao Bolsa-Família é visível nas cidades grandes, especialmente. “Basta ver a quantidade de pessoas que moram nas ruas ou ocupam as praças”, comenta.
Paralisia – O jornal O Globo levantou dados em cidades com tradição de renda per capita acima da média e constatou forte aumento nos pedidos de Bolsa-Família. Em São Paulo, a concessão do benefício cresceu 58,9% nos últimos anos. Macaé (RJ), afetada pela paralisia na Petrobras, registra aumento de 57,6% no pagamento do benefício.
O jornal se baseou em dados do Ministério da Cidadania e do próprio IBGE.
Mais – Acesse o site do IBGE e O Globo.
Agência Sindical
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