O desempregado geralmente mora longe do local onde a vaga está aberta. Veja o caso do extremo Sul da Capital, bairro do Grajaú. A depender do trajeto adotado, a distância varia de 30 a 35 quilômetros. Já na Zona Leste, no Santa Etelvina, a distância até o Centro vai de 28 a 32 quilômetros.
Há uma dificuldade real de deslocamento. Essa dificuldade, entre outras, é apontada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no estudo “Desigualdades de Acesso a Oportunidades nas Cidades Brasileiras”. O trabalho foi repercutido sexta, 17, pelos jornais O Globo e Valor Econômico.
O consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, há cerca de dois anos, defende a aplicação da Lei Municipal 10.854/1990 – do então vereador Vital Nolasco (PCdoB) – que garante passe livre ao desempregado. Vargas escreveu artigo sobre o assunto, que a Agência Sindical publica. Ele também falou à reportagem.
Sua fala:
LEI – “A lei do passe livre pro desempregado existe, foi aprovada na Câmara e sancionada pela ex-prefeita Luiza Erundina. Está em vigor. O que falta é colocar em prática”.
ORÇAMENTO – “Existe a desculpa orçamentária. E também se alegam dificuldades operacionais. Mas a tecnologia ajudaria a implementar a lei, estabelecer condições de concessão, controles e o que mais for necessário. A tecnologia traz facilidades, e não o contrário”.
SINDICALISMO – “A reivindicação não está ausente da pauta sindical. Aliás, ela integra o elenco de reivindicações e propostas da Cartilha Unitária, lançada no final do ano passado, pelas Centrais, sobre os problemas da tal Carteira Verde e Amarela”.
BASE – “Eu digo que o estudo do Ipea dá base técnica para a reivindicação do sindicalismo pelo passe livre ao desempregado”.
O QUE FALTA – “O essencial. Ou seja, articular uma ação concreta e coerente capaz de tirar do papel o direito e implementá-lo para alívio dos dois milhões de paulistanos desempregados, que sofrem essa limitação discriminatória na busca do emprego”.
ARTIGO – Clique aqui e leia na íntegra o texto de Vargas.
Agência Sindical
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