Sindical

Sindicalismo precisa evoluir ante mudanças no mundo do trabalho, diz diretor do Dieese

Clemente Ganz Lúcio faz balanço do período e alerta para desafios. Foto: Agência Sindical

O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, é o segundo entrevistado da Agência na série de balanços do sindicalismo em 2019. O projeto, que busca fazer uma avaliação dos problemas enfrentados pela organização dos trabalhadores durante o ano, teve início na semana passada com o presidente da CTB, Adilson Araújo.

Professor e sociólogo por formação, Clemente entrou no Dieese em 1984 e assumiu o comando do corpo técnico da instituição em 2004. Na entrevista, ele explica o papel desempenhado pelo Departamento e comenta os desafios colocados ao movimento.

Segundo entende, a estrutura sindical deve buscar uma reorganização, que possibilite a adaptação do sistema atual às novas exigências do mundo do trabalho.

Dieese – Mantido por entidades associadas e convênios, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos fornece pesquisas e estudos para a ação do sindicalismo e entidades ligadas ao mundo do trabalho, sejam governamentais ou não. Os técnicos do Dieese participam de aproximadamente mil rodadas de negociação por ano.

Base – Os estudos da instituição também formam uma base efetiva de informações, que se transformam em assessoria para negociação do sindicalismo com o governo e o setor patronal. O Dieese desenvolve ainda um trabalho de formação de dirigentes, a fim de prepará-lo ante as demandas e problemas que afetam o mundo do trabalho.

MP 905 – Clemente aponta que um dos principais desafios é a Medida Provisória 905. Para ele, a medida é visceralmente patronal. “Ela desonera as empresas, desprotege o empregado e tira os Sindicatos das negociações. A insegurança gerada é tão grande que ela recebeu quase duas mil emendas parlamengtares. As Centrais querem a sua devolução”, observa.

Atualização – O diretor-técnico do Dieese aponta a necessidade de um novo projeto de reorganização do sindicalismo, independentemente de alterações na estrutura sindical. Ele diz: “Por um lado, o mundo do trabalho está em profunda mudança. Por outro, o governo adotou uma série de iniciativas que fragilizam as entidades. Tudo isso exige ações práticas do nosso lado”.

Aliados – Dieese e Diap têm prestado assessoria às Centrais no Congresso Nacional e na tarefa de pensar estratégias de reorganização sindical no âmbito institucional. “Temos ajudado a elencar propostas rumo a um projeto de reforma que atenda às necessidades dos trabalhadores e do sindicalismo”, afirma Clemente.

Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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