Política

Sindicalistas se reúnem com Alckmin para tratar da chapa Lula/Alckmin

Ricardo Patah (presidente da UGT), Adilson Araujo (prresidente da CTB), Geraldo Alckmin, Sergio Luiz Leite (presidente da FEQUIMFAR), Miguel Torres (presidente da Força Sindical) e Cátia Laurindo (Executiva da Nova Central)/Foto: Força Sindical/Divulgação

Nesta segunda (29) dirigentes de quatro centrais sindicais, Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central, se encontraram com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para conversar sobre a ideia de ele assumir o lugar de vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva. Os sindicalistas pediram a reunião, que aconteceu na Federação dos Químicos do Estado de São Paulo, a Fequimfar, após sentirem que alguns setores estariam trabalhando para impedir a formação dessa chapa. A ideia de uma composição com Lula para presidente e Alckmin vice, partiu de conversas entre o PT e o PSB, conforme foi divulgado pela coluna da Mônica Bergamo na Ilustrada. O ex-prefeito Fernando Haddad seria um dos articuladores.

Os sindicalistas, que tem um canal de diálogo aberto com o ex-governador, disseram que Alckmin saiu “muito animado” do encontro e que tratou de questões da conjuntura nacional, sem se restringir ao contexto estadual. Antes desta ideia ser ventilada e ganhar força, ele estava focado em candidatar-se novamente ao governo paulista. Mas, segundo informou O Globo, após a reunião de hoje ele disse que “Surgiu a hipótese federal. Os desafios são grandes. Essa hipótese caminha e eu considero essa reunião com as quatro principais centrais histórica”.

A composição passa pela saída do tucano do PSDB, que terá o governador João Dória como candidato ao Planalto. A expectativa é de que ele se filia ao PSB. Neste caso, se ele for para o PSB e compor a chapa com o Lula, o partido anunciou que deverá pedir como contrapartida apoio do PT em alguns estados, como São Paulo, onde pretende lançar a candidatura de Márcio França. Existe ainda a possibilidade de ele migrar para o PSD de Gilberto Kassab.

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“Jair Bolsonaro, durante todo o mandato, acenou com a possibilidade de ruptura democrática, ora com mais intensidade, ora com menos. Com apoio expressivo dos seus apoiadores mais radicais, chegamos ao ponto de o atual mandatário do Executivo Federal dizer que não respeitaria decisões judiciais da Suprema Corte, um aceno obsceno ao autoritarismo. Compreendemos como necessária uma ampla aliança das forças democráticas como meio de afastar a possibilidade de perdermos os ainda tímidos avanços civilizatórios acumulados na nossa história, com destaque para a nossa frágil democracia, tão despudoradamente ameaçada nos dias atuais. Ver forças políticas ideológicamente distintas se unirem em torno de compor uma frente ampla de defesa da democracia, terá sempre o apoio desta entidade que a compreende como indispensável ao desenvolvimento nacional”, avaliou o presidente da NCST, José Reginaldo Inácio, que não pôde acompanhar a reunião presencialmente mas enviou representantes da Diretoria Executiva da entidade.

Rodrigo Pereira e Cátia Laurindo, representantes da NCST, participaram da reunião com Geraldo Alckmin

Os representantes das quatro centrais envolvidas, entre eles Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente da UGT; Adílson Araújo presidente da CTB; Cátia Laurindo, da Diretoria Executiva da NCST; além de Sérgio Luíz Leite, presidente da Fequimfa; João Carlos Gonçalves, Secretário Geral da Força Sindical; Cláudio Magrão, ex-presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, e Chiquinho Pereira presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, acharam positiva a reunião e veem nestas articulações um grande potencial político. Ao Globo Miguel Torres disse que: “Dentro da situação atual, seria muito importante que ele aceitasse (ser vice de Lula). Nós daremos todo o apoio”.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, que também participou do encontro, disse ao Estadão que Alckmin está “aberto ao diálogo” e que “não descartou a possibilidade de exercer protagonismo” no debate nacional. “Eu diria que a eleição de 2022 reivindica um projeto de nação. Nele, cabe Alckmin e cabe Lula”, disse Araújo.

Contar com Geraldo Alckmin abriria à chapa lulista um campo onde o PT não tem popularidade. Atrairia setores conservadores descontentes com Bolsonaro e assustados com aventureiros que possam surgir.

Nos próximos meses, até a consolidação das chapas, ainda vai rolar muito diálogo. Entretanto o potencial desta aliança é forte. A julgar pela histórica rivalidade entre PT e o velho PSDB, que inclusive já se materializou em uma disputa entre Lula e Alckmin em 2006, a composição surpreendente ganharia contornos de conciliação e união nacional. Uma frente ampla para superar a crise política, social e econômica.

Fonte: Rádio Peão Brasil com adaptações da Imprensa NCST

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