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Sindicato prepara reação contra risco de demissões na Embraer

Foto:© Roosevelt Cassio / Reuters

O cenário não é animador para os 16 mil funcionários da Embraer, empresa prestes a ter o controle acionário assumido pela Boeing. Terça (21), ao voltar de férias coletivas por 15 dias, eles foram surpreendidos com o anúncio de uma licença remunerada até o dia 27.

Pra conceder a licença e estender o afastamento dos trabalhadores, a empresa, que agora se chama Yaborã, alega que está fazendo ajustes para a separação da área comercial, em negociação com a companhia norte-americana. A Yaborã foi criada como empresa de transição, até que a venda da Embraer para a Boeing seja concretizada.

Em alerta, ante a negociação entre as duas empresas, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos acompanha a situação.

Demissões – O dirigente Herbert Claros da Silva conta que, antes das férias coletivas, os funcionários foram orientados em assembleia a procurar o Sindicato em caso de contato da empresa nesse período. “Estamos mobilizados contra qualquer sinal de demissão. Caso isso ocorra, vamos parar a fábrica dia 27”, ele alerta. Segundo Herbert, desde o início das negociações com a Boeing, em dezembro de 2017, mais de dois mil trabalhadores foram demitidos. Ele comenta: “Em 2019, por semana, um ou dois funcionários eram desligados”.

Direitos – Outro problema enfrentado pelo Sindicato é a campanha salarial. Passados quatro meses desde a data-base, até agora a Yaborã (Embraer) não assinou a Convenção Coletiva de Trabalho. “Não há consenso. Eles querem impor a terceirização e isso a categoria não aceita”, diz. Ele completa: “A situação deixa os trabalhadores sem garantia de direitos”.

A situação preocupa. “Não está nos planos da Yaborã manter as atividades no Brasil. Por que a Boeing produziria aviões no Brasil e fortaleceria nossa economia?”, questiona Herbert.

A compra da Embraer pela norte-americana, na opinião do dirigente, significa eliminação da concorrência. E, caso a Yaborã seja extinta futuramente, mais de 13 mil trabalhadores poderiam ficar sem empregos. Pela negociação em andamento, caberia à Yaborã produzir e montar aviões. Enquanto a Embraer, que emprega cinco mil trabalhadores, ficaria só com a produção de peças.

Herbert conta que o Sindicato já entrou com ações judiciais pra tentar barrar o processo de venda, que prejudica trabalhadores e toda a sociedade, pois fere a soberania nacional.

Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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