Brasil

Sob ordem de Ramagem, ‘Abin paralela’ monitorou caso Marielle

O esquema de espionagem também investigou o caso Adélio Bispo

O esquema de espionagem clandestino conhecido como “Abin paralela” — montado durante o governo Bolsonaro para espionar seus adversários e tentar obter vantagens políticas — monitorava de perto o andamento da investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

O monitoramento da investigação foi uma tentativa de antecipar eventuais referências que pudessem citar a família Bolsonaro.

Segundo a representação da Polícia Federal, o então diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem ordenou que fosse feito um dossiê sobre o responsável pela investigação do homicídio da vereadora, o delegado da polícia civil do Rio de Janeiro, Daniel Freitas Da Rosa.

Sob ordens de Ramagem, no dia 14/09/2020 , o policial federal e ex-segurança de Jair Bolsonaro, Marcelo Araújo Bormevet, passa os dados do delegado ao militar Giancarlo Gomes Rodrigues e pede para que ele monte o relatório.

Durante a investigação, a PF encontrou um resumo das denúncias relacionadas ao caso Marielle, no ano de 2019, além do currículo da promotora do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime), Simone Sibilo. Esses documentos eram impressos e levados diretamente às mãos dos integrantes do chamado “Núcleo-Político” da Abin paralela.

Abin paralela monitora caso Adélio Bispo

A investigação da Polícia Federal também achou provas de que a Abin paralela investigou Adélio Bispo, autor da facada contra Jair Bolsonaro (PL), durante a campanha presidencial de 2018.

No dia 10/03/2022, Alexandre Ramagem deu a Bormevet  a tarefa de reunir as informações disponíveis a respeito do caso Adélio, missão que logo foi passada à Diretoria de Inteligência Policial, que recebe de Bormevet o material relacionado a investigação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A investigação utilizou o sistema First Mile — software espião que monitora a localização de pessoas –, durante o período do dia 13/04/2020 até 27/04/2020, em que foram registradas coordenadas na cidade de Juíz de Fora, em Minas Gerais.

Registros de Monitoramento com destaque para Juiz de Fora

A PF ainda não identificou uma motivação para a investigação paralela do caso de Adélio Bispo, mas segue com as investigações.

Por ICL – Juliana Del Paiva

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