OMS alerta para crescimento de mortes causadas pela nova cepa do coronavírus entre não vacinados na Europa. Mesmo cenário visto nos Estados Unidos e Israel
por Gabriel Valery
A variante delta do novo coronavírus segue como ameaça aos esforços de controle da pandemia de covid-19 em todo o mundo. Israel está com a maior média de novos casos diários desde o início do surto, em março de 2020. Os Estados Unidos sofrem com falta de leitos, e registra oficialmente quase 2 mil mortes diárias, devido à rejeição das vacinas por parte negacionista da população. Na Europa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem (30) que as mortes aumentaram 11% na última semana. “Na semana passada, o número de mortos na região aumentou 11%, com uma projeção confiável que prevê 236 mil mortos na Europa até 1º de dezembro”, disse o diretor regional da OMS, Hans Kluge.
Enquanto isso, o ritmo da vacinação entre os europeus caiu 14% no mesmo período, de acordo com Kluge. No Brasil, apenas o Rio de Janeiro confirmou prevalência da variante delta em seu território. Os efeitos são sensíveis com aumento de casos e mortes, além de 12 cidades em estado de colapso hospitalar por falta de leitos de UTI.
580 mil mortos
No panorama geral, apesar da tendência já detectada de crescimento dos casos em algumas semanas, as vacinas seguem apresentando bons resultados no Brasil. Hoje (31), foram notificadas mais 839 mortes, levando o país a ultrapassar mais uma triste marca, totalizando 580.413 vítimas do coronavírus. Também foram reportados 24.589 novos casos, somando 20.776.870 de infectados, também desde março do ano passado. Os dados são fornecidos pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Os dados de hoje não incluíram o Ceará, que não entregou o balanço até o fechamento do dia.
Embora a variante delta seja até 70% mais contagiosa, e tenha a capacidade de circular entre vacinados, os imunizantes em aplicação no país têm apresentado bons resultados para reduzir internações e mortes. “As vacinas continuam eficientes contra a delta, apesar da alta carga viral de transmissão. Até o fechamento desta reportagem, 30,54% dos brasileiros foram totalmente imunizados com duas doses ou vacina de dose única. Receberam a primeira dose, um percentual de 66,89% da população.
Vacinação e controle
A média móvel de mortes no Brasil está em 667 em cada um dos últimos sete dias, a mais baixa desde o início do ano. O indicador aplicado ao registro de novos casos é de 23.143 a cada um dos últimos sete dias. Porém, o cenário internacional e o agravamento da pandemia no Rio de Janeiro provam que, em paralelo à vacinação, é preciso ampliar as medidas para conter a transmissão comunitária da variante delta do novo coronavírus. Entre elas, distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos.
“Enquanto a gente não resolver a pandemia em todos os lugares com transmissão significativa do vírus, teremos o risco de vermos variantes com mais adaptações surgindo justamente em lugares onde o descontrole é maior. A covid-19 não pode virar uma doença marginalizada”, alerta a neurocientista e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Mellanie Fontes-Dutra.
Fonte: Rede Brasil Atual – RBA
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